Realidade
A realidade é um fenómeno sociológico compreendido entre perspetivas.
Não existem duas realidades iguais, cada individuo persegue indubitavelmente a sua noção do real, atribuindo para si mesmo um conjunto de regras, atitudes e objetivos que o ajudam a encontrar o seu caminho, e, posteriormente encontrar se a si mesmo.
Este real fenómeno é movido pelo sonho efervescente no âmago do individuo, a vontade de ser bem sucedido, ou a ânsia de encontrar a esporádica felicidade motivam-no a ser melhor que o próximo, a sensação de padronização induz-lhe a mais terrível das frustrações, o maior dos pesadelos, ver o sonho ser consumido pela apática realidade enquanto que este gradualmente é absorvido pela indiferença.
Através da convivência e da circunstância adquirimos a noção de que não nos encontramos sozinhos, e que, de facto, existem outras figuras também elas com consciência própria tão singulares quanto nós. A curiosidade de descobrir ‘’novas realidades’’ fascina-nos interiormente, tentamos compreender de um modo holístico os medos, os sonhos, qualidades e defeitos, usando esta informação exterior em benefício interior.
Somos inegavelmente verdadeiros quanto nos encontramos sozinhos, ao cair no vazio o ser humano é genuíno, com o passar dos anos vamos nos habituando a conviver com outras ideias, outras linhas de pensamento, enquanto simultaneamente desaprendemos a estar isolados desta diversidade de realidades. Adotamos uma realidade uniforme, adaptável a qualquer indivíduo, quase como que a politicamente mais correta, ser diferente é entrar na linha da frente de uma sangrenta batalha social, em que as armas são juízos de valor, e, a ostracização.
Aqueles que possuem em si uma vontade indomável de quebrar a barreira do real e do sonho, os que não receiam agir ou pensar de maneira diferente à norma, apenas esses rumam em direção à concretização interior. Muitas vezes rotulados de marginais, são deslocados em relação a época em que vivem, o seu espirito encontra-se permanentemente dividido no juízo, na perceção e na razão, apercebendo-se inevitavelmente da linha que separa a liberdade da autonomia, conseguem racionalizar a sua realidade, são os chamados pensadores livres.
Independentes da certeza vivem na incessante busca pela dúvida num paradoxo quase vitalício, indiferentes a ética que rege a sociedade, assumem uma realidade personalizada, adaptada à sua visão do mundo em que visualizam a mesma luz em diferentes cores dia após dia num critério rotineiro.
13-02-2014