Reinventando

 
Inventarei um tempo novo.
Um tempo de pedra.
Onde dias são décadas.
Onde mesmo o vento 
Trabalhará bastante para levar o tempo. 
 
Inventarei um mineral novo
Que em sua solidão de cristal.
Prenda em seu calmo sono,
No silencio de suas entranhas, 
Sem pressa de acordar, o tempo. 
 
Inventarei de novo os ventos
E as pedras.
E com os dedos desenharei
No ar uma espiral
Que iluda para sempre o tempo. 
 
E assim bêbado e aéreo,
Sem que sinta a erosão das pedras
Sem que veja o arrastar do vento,
Simplesmente esqueça-se de nós
O tempo. 
 
Porque em nossa infinita paixão Já faz tempo que nos esquecemos dele. 
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