A RESSURREIÇÃO DAS MORTAS... CADAVÉRICAS ESQUECIDAS...

A RESSURREIÇÃO DAS MORTAS... CADAVÉRICAS ESQUECIDAS...

 

 

 

Onde elas estão? Sim elas!

Morreram? Ou: foram mortas?

Foram esquecidas?

Abandonadas? Que tristeza que parece ser:

Não sentida!

 

Ressuscitem as esquecidas!

Chamem elas!

Acordem!

Ainda existem?

Mas, estão num asilo...

Sim, uma casa de repouso! Será que ainda está? Estarão?

 

Para as centenárias esquecidas!

Antes: muito ditas e citadas...

Tagareladas!

Faladas!

Repetidas!

Dizeres e mais dizeres!

 

Há ressurreição das esquecidas?

Palavras!

Há palavras:

Doces e amargas!

Longas e curtinhas!

Que falam de tudo e de tudo falam!

Palavras frias e quentinhas!

 

De amor! De horror! De prazer! De falar e dizer sempre...

Não: nem sempre!

De vai e de vem!

De todos e de ninguém!

Ressuscitem as palavras!

Visitem o asilo delas:

O velho asilo, lendário, volumoso, saudoso... O Dicionário!

Mas, não é um asilo! Que despautério: elas estão é num necrotério!

 

Ressuscitá-las é despertar sentimentos e idéias!

De longas, arcaicas, antigas, muito velhas!

Mas, necessário é:

Ressuscitar essas, essas, como escreveu um velhinho poeta...

Essas “caducas”!

Sim, caducas e esquecidas...

Palavras de histórias e de vidas!

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