Rimbaud escrito opium

De qual África apareceste? De nenhum navio o vi pular nesta terra que nunca te acolheu, mas tenho em ti as mesmas insônias de absinto e ópio quando mato o repente ou na hora que dorme o silêncio nas palmas de deus. Pise estas ripas trêmulas folheando aquele pequeno poemeto de desequilíbrio no desregramento, para que após teu declame eu possa soletrar a minha poesia, feita de faces de quem nasceu errado, não sendo para o mundo, sendo amparo mudo da dor que tu botas-me.

Tiros cuspidos nos glúteos da noite sitiada, cópulas nas calçadas com mímicas desesperadas do coito, damas respirando gemidos e suando excitações. Vulvas são frutas que valem orgasmos rápidos, mais velozes que o sol preguiçoso, longe de vir. Das algibeiras saltam versos simbolizando o Inferno num grito na Iluminação fraca duma voz verlairiana a balear cenhos cobardes como declinadas garoas de setembro. Cousas ao nada e relvas de vinhos nas garrafas verdes da celeste Charleville punham em pitadas poesias num oiro refino de quem é e não está, está a não ser que é, puro na impureza, sóbrio na embriaguez, embriagado mais que ébrio, louco ávido lúcido, lúcido mais que acima da loucura... Cada rastro tem teu nome e restos opiáceos das blasfêmias sonolentas que deixam sem olhar para trás a maior riqueza que alguém ninguém possa cantar.

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