Rosa do amanhã

A rosa se apodrece no amanhã,
Cheira como estrume do teu campo,
Esquecido aroma da tua manhã,
Nascida no ventre do teu escampo.

O jazigo enterra tua jaçanã,
Donde fica e te mata o acampo,
Mora no teu estrondo som do tantã:
Ave que se sobrevoa o relampo.

A chuva deixa queimando o jardim,
Ruindo pétalas mortas do fim;
Podridão das belas rosas um dia.

O levante deus Geb, e nos acorde;
Cultive-nos a flor que deixa forte,
Regando com olhos que vos luzia.

 

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