Ruas em Ruas

De ruas em ruas, tropeçando em bares lotados,
Para saciar a saudade, mais uma cerveja.
Para saciar a vontade, mais uma desconhecida,
Problemas não resolvidos, amores do passado.

O caminho está fechado, mas eu sempre tropeço sorrindo,
Maldita rotina, que me vicio na nicotina.
E me tirou da poesia, caminhadas confusas,
A mente parada, e ela nunca me entendia.

Sem explicar muita, eu corro, não vou longe,
O coração acelera, o peito aperta,
E não sei se é amor ou um câncer,
Maldito ego cego, mesmo por trilhos me perco.

"Me ame", ela dizia, amor esse que joguei fora,
Rasguei do peito, tento resolver coisas de quem nem preciso.
A carência me consome, e eu crio afetos inesquecíveis,
Queimando a garganta com água ardente, talvez nunca mais tente.

Mas aqui eu estive, aqui eu vou,
E nem que me insista, eu prefiro bares lotados e mesa vazia,
Do que um amor que nunca tive.
Cigarro barato, pro vício não ser caro, problemas de momentos não resolvidos.

Ficaram caros demais para serem cobrados,
Me entorpeço com o banho do luar, madrugadas com insônia,
Nessa cidade, às 22, fecham o bar,
Busco um ônibus que não leva a lugar nenhum, uma hora posso me encontrar,
Mas o que vou encontrar?
Se sou eu, não sei.

 

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