Sê de Pedra!

Não reparaste nunca? Pela aldeia,
Nos fios telegraphicos da estrada,
Cantam as aves, desde que o sol nada,
E, á noite, se faz sol a lua cheia...

No entanto, pelo arame que as tenteia,
Quanta tortura vae, n'uma ancia alada!
O Ministro que joga uma cartada,
Alma que, ás vezes, d'além-mar anceia:

--Revolução!--Inutil.--Cem feridos,
Setenta mortos.--Beijo-te!--Perdidos!
--Emfim, feliz!--?--!--Desesperado.--Vem!

E as lindas aves, bem se importam ellas!
Continuam cantando, tagarellas:
Assim, Antonio! deves ser tambem.

Colonia, 1891.

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