SÓ o LIVRE É SIMPLES

A poesia é coisa simples.

Simples como a vida,

Na Terra onde ela existe.

Simples como bagos de orvalho,

Caindo de pétalas jovens,

Sobre terra virgem.

Simples como pássaros voando,

Vivos e livres.

Vivos por livres.

 

Olha os campos,

Olha as serras,

Olha os mares.

Tudo é simples.

Todo o belo é simples.

 

Deixa a máquina,

Suas engrenagens complicadas e frias.

Mãos alavancas, que enterram vida,

No jardim do terror, na aridez da guerra.

Tudo pode ser simples como a poesia que constróis.

Basta teu canto possuir força de arremesso

Às janelas fechadas… sobre o nada.

 

Vira poeta vivo.

Agarra um ideal.

Derruba o fantasma que te aterra.

Invade praças.

Senta-te nos bancos dos jardins.

Ri às gargalhadas.

Não fujas poeta da tua poesia.

 

E…

Se ficares só na praça.

Canta mais alto.

Acorda os inanimados.

Desperta as pedras da calçada.

Dá vida à praça.

E esta encher-se-á de coisas simples.

Pois só o livre é simples.

 

Do livro VIVENDO O POENTE

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