Sabor atónito
Autor: Frederico De Castro on Monday, 18 May 2015
Eis-me aqui
em ti pernoito
na morada do mesmo silêncio
ousando errático um gracejo
plasmático teu
Nos braços ávidos deportar
os afáveis e fecundos méritos
de uma eternidade sem fim
onde te cortejo
estupefacto e consolado
sem nada mais que o teu sorriso
assim me afague abrasivo
mil e tantas loucas labaredas
assim me aticem contemplativo
– Que no interior de nós
se acendam imensas
fugazes e até audazes
manhãs anónimas e curativas
com sentido e sabor atónito
na euforia torrencial festiva
de um pequeno gesto
desta Terra generosa
quando cai a chuva furtiva
e se faz torrencialmente vida
e cordialmente desfruto
com primores de poesia
esta imensa e desesperada
saudade efusiva
FC
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