Sangue e Dor

Sangue e dor

 

O sangue e dor

como os conjugo...

Em migalhas de insuficiência

me desfaço em choro.

E choro-te amor...

pois carpido tens de ser.

Imerso em vales infinitos de lágrimas

espalhado aos ventos que furtam os mundos.

Mundos que não só este.

Como me arde a tua marca no peito!

jazida de um ferro perfeito,

Aquecido a comprimentos de onda angelicais.

O nacarado fel que me injectaram nas veias,

transformou-se no âmbar dos teus olhos

e não te colherei até que morra.

Nascerás da pérola mais inóspita,

brotarás das minhas cavidades oculares,

para que ao meu crânio seja atribuída utilidade.

Para que tu meu amor, sejas dor...

para que tu minha dor... sejas amor...  

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