Saturno

Deus do fim, predicando as finalidades últimas. Simboliza o cansaço do tempo, sempre aguardando a paisagem de inverno: congelando os amores da carne, adoecendo os prazeres da vida. Sua força é gradual, mas no momento agente, és veloz como uma asa de beija-flor. Está sempre faminto, sua essência sempre requer opulência; devora a alma daquele sofredor; devora os girassóis enraizados na beleza; devora a arte, a mesma que vive por ti. Em suma, nunca está satisfeito pelas suas mortes.

Vive como eremita no gás tóxico da atmosfera pesada. O senhor uma vez me disse ser o rei do casamento. Retira seu anel e com toda delicadeza, coloca nos dedos pequenos dos homens. Mencionou também ser o juiz do divórcio: justaposto ao ser, desvincula o homem da vida. Morada indigna é a tua corte, onde rege seu poder na encruzilhada de macumba, nas entranhas das carniças e tudo o que é podre e obscuro. Toda desgraça é a sua graça.

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