Se Neruda ou Drummond!

Não sei o que dizer

Nem mesmo o que pensar

Se agonizo, se choro

Ou se me permito libertar

Apago as dores da vida

Misturo tintas para colori-la

Renasço assim das cinzas

Feito uma Fênix mítica

Lembranças em e vão

O que o teu singelo rosto

As belezas da tua silhueta

Que aos meus olhos são vívidas

Eu te desenho com palavras

Tirando a sombra dos sonhos

A dor do meu momento

Nesta vida... Vejo você

Tens a flor da esperança

Deposito assim minha inspiração

Nas imaculadas linhas

Curvas da tua alma

A qual, ao escrever poesia

Profano-a com volúpia

Meus fugazes pensamentos

Ora eu os sinto aflorar

Como um poema de Neruda

Ou de Drummond,

Me embebedo na loucura

Ao extasiar tua mansidão

No glorioso instante de paz

Volúpia deste ser errante

Que me habita vez ou outra

A escrever, muito mais a escrever

Pela eternidade humana

(DiCello, 02/07/2019)

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