Sede Infinita
Autor: Frederico De Castro on Sunday, 12 April 2015
Jaz ali inerte
em quarto crescente
expectante
essa lua
desfolhada em mil raios de luz
que roubei à noite cintilante
procurando afectos extravagantes
elucidativos deste meu mundo fulgurante
impregnado de doações ilimitadas de
de carinho flamejante
Senti só no corpo
as veias ardendo em busca
de mais transfusões de amor
deliciei-me a forrar nossas
saudades com afagos sem dor
adoeci no teu colo
à espera de todo cuidado intensivo
aperfeiçoado em compassos
constantes
abnegados
tão sedativos
às vezes tão préviamente
desesperados e convidativos
Esculpirei mais letras
desta poesia
conciliada em preces
comemorativas de vida
entoarei melodias sopradas
por palavras surradas e
escondidas sem meu consentimento
sou capaz até
de conspirar contra a inevitabilidade
de um desencontro
mas revelarei
se quiseres
onde deixámos enlaçados
tantos abraços
tantos queixumes escorrendo
de mansinho nesta impaciência
que espera a cada momento
novo reencontro
definitivo,emotivo
como antes
num dia cheio de canções
vestidas de improviso
Se ficares por aí
aqui estarei
despertando teus silêncios
que me ferem a calmaria
consumida pelas insónias
exibidas em fragmentos
cinematográficos
onde me rendo incondicional
à subtileza instintiva dos teus beijos
embriagando minha narrativa
persuasiva
encrespando cada elegante manhã
que se perde neste Abril
retocado de sedativos
onde morre tua ausência
repetitiva
só esperando minha serventia
por um minuto de eternidade
ou quem sabe
prorrogada mais além
onde mora só mesmo a saudade
FC
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