Sei Lá Para Onde Vou

Rasgo o céu como uma bala,

Sei lá para onde vou.

Poemas e retratos dentro de uma mala,

Memórias daquilo que o tempo matou.

 

Deixo as ruínas para trás,

O que se passou, já passou.

Mais à frente haverá paz,

A Glória de quem bravamente lutou.

 

Chove muito desde que te deixei,

Mas os meus olhos já se estão a secar.

Ontem muito que lamentei,

Amanhã será tarde demais para me lembrar.

 

Vejo um anjo no horizonte,

Minhas asas já se cansam de tanto voar.

Tenho sede mas não haverá fonte,

Onde meus desejos se possam saciar.

 

O céu é azul como o teu olhar,

Nuvens brancas de esquecimento.

Esse esquecimento que me faz chorar,

Sustenta relâmpagos de tormento.

 

Novos dias hão-de vir,

E o céu limpo e claro ficará.

Os teus olhos hão-de se abrir,

E a minha alma por eles se perderá.

 

 

(21/04/2014 – 23:00)

Género: 

Comentários



Por vezes não sabemos o que queremos. Mas é saudavel sabermos o que não queremos.

Um abraço,

João Murty

António Cardoso's picture

Muito obrigado, amigo João Murty.

Também partilho da mesma opinião. É melhor sabermos o que não queremos para não andarmos enganados, que não sabermos o que queremos porque mais tarde ou mais cedo a gente saberá. É perigoso andar-mos a levar uma vida que não é a nossa.

Abraço.