Sem palavras

Há dias nos quais as palavras se recolhem. Hoje o tempo esfriou, e as poesias, como pétalas magnólias, atrofiaram-se entre si. Aconchegadas no sepulcro do silêncio, começo a perscrutá-las; nada de senti-las, é como se o inverno arranhasse meus dedos deixando-as livres de qualquer nomeação. Elas têm o direito de não se expressarem, e eu, poeta maldito, forço-as a saírem de mim. À parte delas, recolho-me à cama e volto a sonhar versos.

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