Sem propósito?

Avidez por mudanças nos causam mal. Por qual razão tanta pressa em conhecer e alterar nossa realidade? Somos turbulências de píxeis, amarrotados pelo excesso de dopamina. Tudo o que é dito são remessas de conhecimentos que provavelmente não aplicaremos em nossas vidas.
 
O sintoma é profundo, a existência de coachings prova isso. Deveríamos contemplar o mundo pelas nossas próprias experiências. Era para que com nossa bagagem cultural e moral fossem os nortes para uma vida intensa. Mas não! Instrutores vêm com cursos, prometendo resolver todos os problemas de maneira simples; há quem diga que nossas igrejas neopentecostais são o problema. Arrisco a dizer: somos crentes em primeira instância. Pagamos nosso dízimo, direta ou indiretamente. Os cliques são o suficiente para os lacaios terem relevância. Você ao ler isso provavelmente concordará, afinal, as máscaras desses lacaios caíram na lábia do povo atualmente. Mas, se eu gradualmente publicar textos trazendo as verdades necessárias, seria legal, não? Pronto, meu marketing está feito. Sendo da ‘’contracultura’’ te convenço fazendo seu viés de confirmação esquentar. Sua realidade agora é a minha, posso ter você doravante. Poderia disfarçar oferecendo meu peixe, oferecendo um curso disfarçado, e sem dúvidas, teria êxito.

Compreendeu o problema? Qual a mensagem do texto passada? Critiquei os coachings ou os promovi? Imagino que tenha entendido, até porque seu interesse permanece conforme passa seus olhos sobre minhas linhas. Tudo isso é para no fim dizer: a persuasão é a nova religião. Disse o óbvio, mas guardei a joia mais polida e inacessível ao leitor: respinguei curiosidade, tive a dopamina suficiente sua. No fim o texto não tem propósito, é um mero exercício meditativo. Você, ávido por querer conhecer, perdeu o seu tempo.

 

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