Sem Título 32
Autor: Filipe Marinheiro on Thursday, 27 February 2014
Sou o que deveria ser e a mais não serei! Ser não serei, veria o que deveria mais ser o que serei mais ser sou,
não tendo forças p’ra ser Sou o que a mais sou! Deverei?
Transijo emendas ao contornar tua romã boca pressentindo o húmus dos melancólicos boulevards...
adeus vestígios: a petulância!
Esperarei? Transijo ninhadas de primogénitos...adeus vestígios: a petulância!
Como poderei ter erguido o suicida punhal do Dom, oh, zarolho narcisismo que nele transbordas alhadas sorridentes, se a tristeza imensa oscula-me
inamovível cesura, ontem (raios de sol), hoje (nevoeiro-antracite) e amanhã
(dilúvio-arco-íris)?
De gerânios-verdes-esbranquiçados a gerânios-verdes-metalizados, estico o funesto Dom girando-o!
Teço, docilmente recreativo caminho-de-ferro de balaustrada a balaustrada (são enormes), e o epíteto Dom graceja, lastima, ressoa nas franjas
das almofadas-esmeralda como agueiros d’ elasticidade onde perdura embalada frescura.
E ter Dom?
Ter Dom é flutuar no empoeirado parapeito-preto em cima duns sapos que por lá extasiam cúpulas vertiginosas e eu nunca saberei flutuar muito menos viver a ver sapos a foder!
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