SENTADO À TUA BEIRA

Sentado à tua beira, agarro tua mão.

Quero segurar o tempo,

Prolongar este instante por todo o sempre.

Gozar este poente,

Deixar que o Sol mergulhe, profundamente,

No oceano dos nossos peitos,

Que a luz adormeça nossos olhos,

Que a cor nos drogue, na miragem do instante.

Quero segurar o tempo,

Impedir que ele nos arraste, bruscamente,

Para um espaço sem fim,

Evitar que ele nos lance na roda do destino.

Quero segurar o tempo,

Viver todo o futuro neste nosso presente,

Moldar o passado ao sabor deste poente.

Quero segurar o tempo.

E, num assomo de egoísmo,

Manter-te sentada à minha beira

Agarrado à tua mão…

… Eternamente.

 

Do livro VIVENDO O POENTE

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