Sentido

Poeta sozinho no escuro,
com crânios de estimação
ao lado, às folhas do mundo
na perícia de um escrivão.
À procura de um fascínio.
Aquele que dá vasão a tudo,
acusado por morticínio,
limpa a alma do sujo
agir dos homens, mas
na contramão do fugir,
concomitante, ele apraz;
a ínfima fagulha do existir.
Confunde amor e ódio,
regurgita o instinto de viver
enquanto afirma o ópio:
feito seu poema: renascer.

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