SENTIDOS DE AUTENTICIDADE

Perguntam-me sobre o que é ser autêntico? Pois bem, tenho os meus sentidos de autenticidade e aqui os exponho, não para que sejam compreendidos, pois não procuro compreensão, até porque, tal empreitada depende muito do consentimento dos estados de alma dos seres autênticos.

Ser autêntico, é chorar quando tivermos de chorar e rir quando tivermos de rir. É não deixar que as contingências da vida nos tornem pessoas amargas, secas por dentro, ou por outro lado, apáticas e fictícias, sem veracidade, mostrando aquilo que não se sente e mascarando o que somos.

Ser autêntico é não deixar que invadam o nosso espaço e respeitar o outro, o suficiente, de maneira a não invadir o seu.

Ser autêntico, é não perder a nossa essência, é ter como principio agradar sem hipocrisia, o que implica não ignorar os nossos estados de alma e, agradar apenas quando sentimos estar em estado de agradar mesmo correndo o risco de ficarem no nosso circulo apenas um número residual de seres autênticos, sim, aqueles raros seres que respeitam e compreendem os estados de alma dos outros…

Ser autêntico implica aproveitarmos os momentos menos bons para refletir sobre a nossa missão no palco da vida, em que tudo é cíclico…

Ser autêntico é termos respeito por nós próprios e procurar a mudança quando é dela que estamos necessitando, pois há alturas em que o sentimento de missão cumprida surge, associado a uma impressão de estagnação e é nessa hora que é preciso agir em busca de novos desafios, em novos contextos, onde possamos recomeçar um novo ciclo: a isto chama-se evoluir e essa evolução é necessária na manutenção da nossa autenticidade.

Tenho, pois, para mim que, para evoluir é necessário ser autêntico segundo todos estes sentidos e para ser autêntico na procura da felicidade implica realizar essa viajem sem obstaculizar a viajem dos outros, exigindo reciprocidade nesse mesmo sentido.

Quem precisa de ser bajulado e constantemente correspondido, para sentir ainda que ilusoriamente, uma pontada de felicidade, quem exige dos outros a todo o momento sorrisos, partilhas, pancadinhas nas costas, quem não aguenta um "agora não", um "quero estar sozinho", um "fica na tua", um "não concordo", por certo não apreciará esta autenticidade, pois são outros os seus sentidos...

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