Silêncio
Autor: Sílvio Alves on Saturday, 23 January 2021
Almas coragem, eivadas,
Da lavoura, das espigas,
Pelas terras desbravadas
Onde sobravam fadigas.
Desafiando a pobreza
Que era sua companhia,
Como a fome e a tristeza
Disfarçada de alegria.
Ontem cansaço e pranto
E o esforço nas enxadas,
Hoje, almas em descanso
E terras abandonadas.
E nos campos ao desdém
Acariciados pelo vento,
Ninguém era Pedro Sem,
Pois só o céu dava alento.
Sopra-me o vento o mistério
Que absorto não alcanço,
Que é na paz do cemitério
Que as almas têm descanso.
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