Silêncio vilipendiado
Autor: Frederico De Castro on Saturday, 17 November 2018
Negasse-me o dia a luz e eu decerto
Morreria na doce escuridão generosa
Antecipando o funeral à memória que tão
Amedrontada, arqueja ofegante e pesarosa
Sem celeuma o dia cobre-se de negro seguindo
O cortejo da solidão dominadora e esclerosa
Deixando muitos, tantos, mas tantos lamentos
Andrajosos a vaguear na memória grada e rigorosa
Numa hora feliz, galharda e calorosa resumia num
Segundo toda esta esperança que nunca adiada
Se esmaga calada, recalcada…teimosamente assediada
Encarcerada no tempo que geme absolutamente adiado
Esconde-se a tristeza tão assolapada tão esmifrada, que as
Brisas solitariamente oscilam pelos outeiros do silêncio vilipendiado
FC
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