Sob disfarce
Autor: Frederico De Castro on Sunday, 6 November 2016
Quisera eu fotografar o silêncio
Embarcar numa máquina de tempo
e viajar…viajar embriagando todas
as madrugadas desaguando no dominó
da vida jogada pra lá e pra cá
desarrumando todos os horizontes
divagando sem sentido
sem planície…rumo
instante ou existência
Sob disfarce prescruto o lado
mágico das palavras coíncidentes
Perfumo o desejo esculpido nas
tuas formas súbtis…reincidentes
Deixo percorrer o dia aveludando
o disperso farfalhar do silêncio
onde convalesço ao ritmo premente
dos desejos tão contundentes
Deixa-te levar no sabor das lembranças
aconchegando todo hiato de tempo cósmico
acariciando os poros da existência
clamando a cada transeunte dia que
escapa na patente da saudade que
morre pesarosa neste labirinto
planando em desassossegos
que agora só eu pressinto
Perderam-se tantos segundos numa
hora sequiosa de eternidade
que até me esqueci de marcar no
calendário da poesia uma palavra
de feição onde memorizamos a demanda
do tempo num absurdo silêncio iluminando
os candeeiros da vida escurecendo subtilmente
os céus incógnitos e extraditados
em versos absolutamente estupefactos
FC
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