Sofrimento

Vôo. Estendo as mãos, às dores deste cansaço. Impulsiono-me. Cada vez mais regresso aos questionamentos, sem respostas, neste caminho, "só". Lanço às sombras, minha sede, minha fome, meu querer sem saber. Ansiando uma parte de mim aos olhos do redentor. Ah praga... Ah dor... Ah sofrer. Almejaria soltar-me em um lugar qualquer, a que o novo dê-me sustentação, ar, alívio. Não dor, não condenação. Cinjo minhas esquecidas mãos, meus reais sentimentos, meus verdadeiros pensamentos, e os meus preceitos, e nos meus acertos, encontrar-me-ei num equilíbrio. Aos meus, que me cuidam, me cercam, em mim se permitem, prego com os mesmos olhos essa ambição. Ah praga, ah dor, ah sofrer. Deixem-me agora, pois não peco como outrora pecara. Pouco se compara, pouco se aproxima, nada faz-se maior ou tão importante a este pedido. Dou nestas escritas a certeza de não. Vá, voe, fuja para longe de mim. Leves contigo, a dor, o sofrer, o mais exato entristecer existente em minh'alma. Pois tolo ainda que me faço, ainda conheço ser de alma. E minha alma está ao dourado, nas asas do pássaro. Voa alto, longe. Ao regressar, regressa aos seus, àqueles, os quais notaram sua ausência.

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