Sol

O sol queima toda a minha cabeça,
esquentando meu cérebro cansado
peço pro sol que não se resplandeça,
peço que esfrie o pensar fatigado.

Com o seu brilho, me escureço todo,
eu gosto das estrelas do céu azul,
a tarde às cinco bate num soco,
então o sol sai do ringue, e vai pro sul.  

Será que pensar assim é errado?
Deve ser herético desdenhá-lo,
deve ser profano vê-lo com saco
pois ele cansa meu tronco encefálico?

Na vida nós não somos natureza,
somos corpos com um ínfimo espaço,
somos apenas humanos sem beleza:
desdenhosos sem luz e sem afago.

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