Sombras
Sombras
Meus olhos se encheram de emoção
Diante das águas tranquilas do rio
Um sorriso iluminado acompanhou o meu olhar
Por entre os orvalhos da saudade
Tu estavas lá, olhando o rio
Com teu ar sereno e misterioso
Rodopiavas em pensamentos ao som do barulho do vento
É quase outono, o sol já se esconde envergonhado
Por entre as folhagens das árvores que teimam em cair
Como um pescador de sonhos
Alimentas a alma nos reflexos das águas do rio
Meu coração é uma folha solta no ar
Minha alma escuta as palavras que silencias
Tentando ir ao encontro do teu olhar
O tempo…
Envolve o nosso tudo em tudo o que é nosso
Trespassando o horizonte dos meus olhos
Com a luz que despe o véu de todos os mistérios
Restou em nós um ruído ensurdecedor
Que ficou na orla do tempo, transformando-se em sombra
Nada está presente neste espaço vazio
Carícias negadas, emoções corrompidas,
São agora sombras, nesta tela beijada pelo sol
Sombras de sonho, de memória, de encantamento
São o tudo e o nada num único sentido
São ecos de memórias varridas ao vento
São apenas sombras, perdidas no tempo!
Zélia Neves