Sombras voláteis

O olhar da noite despe a escuridão que nua
Afaga cada breu volátil e carrancudo, anunciando
Que o silêncio além pousará aconchegado e rechonchudo
 
As palavras essas, deixo-as deslizar pela minha
Inspiração às vezes tão sisuda, onde sem reticencias
A solidão esperneia eternamente complacente e carrancuda
 
Lá longe, na imensidão do mar mais longínquo navega
Uma maresia afoita…tão redentora, que uma onda feliz
Nela se espraia, ondulando, ondulando, deveras tão sedutora
 
Sobre o horizonte contrito e violáceo esvai-se num estertor
Um gomo de luz tão desertor, até dilacerar o poente sedimentado
Em tantos, muitos, insinuantes desejos esperneando afrontados
 
FC
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