Sonho delirante

Em uma época longínqua
Numa outra vida
Mais ou menos 1870...
Em terras distantes...
Um rapaz e uma menina
Em tempos 
Naqueles que não havia malícia
Um lugar distante
Pelas imagens ... fragmentos
Aquilo que venho no sonho
Uma espécie de fantasia
Brincávamos juntos
Caminhávamos por vales
E caminhos sinuosos
Sempre, nos verões íamos
Banhar-nos numa cachoeira
Acerca de nossas casas
Lá chegando, mergulhávamos
Brincávamos com alegria
Em um dia, quando tínhamos
Uns quinze ou dezesseis anos
Teu vestido ficou transparente
Eu pude ver detalhes
Saliências, toda a sua geografia
Loucas vontades afloraram de nós
Nossos universos se inflamaram
Sentimos um frenesi
e tocamo-nos com sublimação
Despimo-nos com volúpia
Ali mesmo, pela primeira vez
Realizamos uma fantasia
Nossos corpos, as almas
Fundimo-nos nas águas frias
Sob os olhares pudicos
Devendamos cada um com maestria
Loucura.... alucinante volúpia
Foram horas e horas 
De sublimação e harmonia
(DiCello, 27/06/2019)
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