SONHOS DE POETA - II

SONHOS DE POETA – II

Poema de sofrimento, um grito alado de dor
que ecoa no vazio, entre as margens do lamento.
Na conjuração das asas, para transpor abismos,
segura nas garras o símbolo do sentimento.
Fragrância latente no estigma da alma em flor,
verbo devoluto que se desfolha nos eufemismos
dos pensamentos trajado no negro da desilusão.
Sem alento, as visões mastigadas, jazem caídas,
varridas, para esse abismo profundo de solidão.

Epifania, doce ilusão que baila na mente amargurada
num querer que força o desejo, a esperança ardente.
Mas a sorte, profana, esvai-se aos poucos, dilacerada
no vórtice dos silêncios que ressoa pela madrugada,
aos olhos dos gentios, é mortalha lírica á minha frente.

Poeta da poesia maldita deste e do outro mundo
de palavras desertas, perdidas na metáfora do verso.
Dia a dia, hora a hora, na dor que me corrói me afundo,
No casulo do amor pungente, no desejo diferente de ser
Interrogo-me se não serei um ente do outro mundo,
que no sonho ignoto, se esvai em lágrimas a correr.

João Murty

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Comentários

Poema lindo, comentário não pode ficar no zero...

Eu gosto zero eu não quero!

Abraços!

Por vezes à poemas que nos dizem muito!

Outros, qando submetidos à análise critica literária de alguns criticos/especializados, são valorizados. Não obstante os poemas aqui expostos, valem o que valem, têm uma função partecipativa/comunicativa e social.

Eu sei que tens mel nas palavras e doçura no coração. Mas fico contente por gostares de alguns dos poemas que vou plasmando.

Beijos

João Murty

 

Eu gosto de todos! Quero ver se deixo um comentário em cada um deles!

Abraços! Amo quando tu me chamas de "Poetisa das palavras doces"!

Beijos!!!