Sou capoeira

Eis que vou, eu vou. Sou capoeira. Jogo-me às arestas deste mundo. Preencho minha incompletude na estória desta cidade. As ruas diminutas, a sombra a beira do alambrado. Ao ranger ensurdecido, vem uma voz. Que me grita, me cuida, me sonda. Sou capoeira. Busco na não existência dos meus saberes, o caminho aos degraus da sabedoria. Dou-me, jogo-me, impulso-me ao cantar do Deus que me nutri. Sou capoeira. O conhecer que me espera me acalenta. Ao permitir-me pousar ao repouso do pai. Então vem. Vem, lança em meus braços este poder! Vem, derruba as amarras deste cansaço! Vem, ensina-me a olhar aos meus quando me permito em ti! Sou capoeira.

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