SOU EU

SOU EU  

                      

Venho de negro, … do negro que sou,

Porque de vermelho não vou chegar.

Lancem brancas fitas ao abalar,

Sem me dizerem para onde vou…

 

Para voltar lenta, …mas lentamente,

Perfilhei outra mescla multicor.

No partir, abneguei sangue e amor,

Mas de branco, voltarei livremente.

 

Que o leve tom verde se dilua

Nessa vítrea luz do teu olhar,

Como pureza de cristal em flor,

 

Tal como sombras nesta vida crua,

Na tua paleta florida de ardor.

Mas um dia, sim… vou regressar.

 

                                                                                                                (Orlando Martins)

 

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