SOU O MEU PRÓPRIO

Sou o meu próprio carrasco
Despojada de palavras lidas
Num livro jamais escrito
De sonhos gigantes 
 
Nos confins da alma
Fazendo dos nãos talvez sins
Limites de alguns instantes
Letras cativas de solidão
 
Busquei na procura das virgulas
Perdidas dos que se desejam
Nas carnais sensações que despertam
As palavras despidas de desejo
 
Carrasco de corpos sôfrego de letras
Pontos das páginas escritas
De despidos corpos amando-se
Entre as sedentas repetidas páginas
 
Nos profanos sentimentos
Que se tentam libertar nas letras
Entre o meu próprio carrasco
Carne, corpo, sentimento 
 
Escrita num livro jamais lido. 
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