TANTO AMOR JAMAIS RESTARÁ IMPUNE
Talvez fustigado pelo meu desavergonhado olhar
Teu colo suplica que nele me deite;
Pela tua boca todo o teu represado calor me assalta
E já imerso na agonia dos teus impiedosos lábios
Ante a razão há muito despudorada
Constato a casta que guardaste pra mim.
Ultrapasso, pois, a fronteira entre o físico e o espiritual
Sobreforma porque sensações com cheiro e gosto tornam-se emoções
E emoções, a cada ato verdadeiro de amor,
Perpetuam-se pela eternidade.
Sou rebatizado a cada primeiro raio da manhã
Pela sutil leveza com que teu sorriso me banha;
Então soo monotemático no repetitivo hábito que novamente me ativa
Viés que teima em acentuar tua respiração
E dar, de molde reiterado, voz aos teus anseios.
No diálogo em que não há palavras
Antes dos teus pensamentos estarão sempre os meus zelosos atos;
Tanto amor jamais restará impune
Tornar-se-á eternamente povoado pela minha aguçada intuição
Fazendo minhas as tuas pormenorizadas horas de prazer
Nas quais um novo dia jamais será igual à redescoberta da noite anterior.