Tempestade da alma
Lá fora, o sol brilha
E eu perdida nesta sala
Mobilada de imobilidade.
Há em mim silêncios,
Memórias de tempestades
Que me fazem perder o rumo
Apenas consigo imaginar o azul do Céu
Minh `alma errante, procura-me
Não sabe que estou encurralada
Estranho-me incessantemente!
No reflexo da água deste rio
Que corre adormecido em mim
Há fantasmas que me limitam
A angústia domina-me
Guiada pela minha própria sombra.
Entre o papel e a caneta
Há um mistério que não sei decifrar
Perturbo-me ao escrever
Mas liberto-me ao ler as letras
Que vou soltando sobre a folha de papel.
Minh ‘alma é caprichosa, devoradora
Complicada, moribunda, silenciosa…
Sua fragância transporta-me
A um lugar de conforto
A caminhos que não percorri.
Ventos gelados, abraçam-me
E congelam os meus cabelos
Ventos que Vêm para ensinar
Que somos grãos de areia
Que somos jasmins em flor
E que mesmo na tempestade
O amor supera qualquer dor!
Zélia Neves