TEU CORPO, MEU FEUDO

Se meu rastro perpetua-se no teu corpo
E teu fulgurante sorriso traduz a euforia dos teus aguçados sentidos
Reverberando, vigoroso, nas tuas saborosas e indisciplinadas manobras
Nos teus ângulos mais obtusos
Ou na fricção peculiar e afobada das tuas coxas
Sou teu passageiro sem nenhuma pressa de chegar;
Voo sobre tua harmônica superfície
Avanço sobre tua natureza selvagem
Para que me conduzas ao encontro do imprevisível com o inclemente.
 
No viés intuitivo do teu toque
Tua nudez ousada desliza sobre a minha face;
À minha boca, teus princípios se liquefazem nos teus fins
Na tua nuca, o molde dos meus dentes se acomoda
Arde, queima, marca tua carne
Sanha que te faz incontrolavelmente entregue;
Nas tuas costas, as marcas e o cheiro que me identificam
Meu feudo, tua vontade.
 
Ajusto-me às variantes das tuas personagens
E regozijo-me quando me guardas
Seja na tua cama
Seja no teu chão;
Afinal, deito com uma dama
Durmo com uma meretriz
E acordo com uma rainha.
 
Género: