Teus olhos mansos
Prendes-me na tua imensidão,
Criatura dos olhos mansos,
Em toda a complexidade
Dos teus defeitos tantos.
São belas tuas falhas,
Teus deslizes de perfeição contaminada,
Trazes tanto no teu tão-pouco
Que tuas virtudes são quase nada.
Ainda assim dou-me por perdida
Faço um puxo mal feito
Que me deixa nu o rosto
E os cabelos quebrando o peito...
Nesse teu tom outonal de castanhos vagos,
Teus olhos mansos elevam-me o ser,
Não fosse tão grande o sonho dos teus braços,
Não fosse tanta a vontade de te ter!
E tuas palavras mal ditas,
Tuas loucuras mal controladas...
Todo o mal de ti são brasas
Que vêm queimar minhas feridas!
Que louca sou ao ver-te assim
Com olhos doentes e fracos,
Não há outro começo,
Não há outro fim
Se não dentro dos teus olhos mansos!
Comentários
Marcos Sousa
4ª, 27/03/2013 - 00:58
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Bela poesia.
Bela poesia.