Tic Tac

«Tic tac…tic tac…tic tac…ansiedade…ataques de pânico…agorafobia…agora sobraram os ossos pois a carne ninguém queria…não queriam mas até lamberam os dedos…continua o sexo trântico com o meu caderno…oferecido por um ilhéu da Terra das Baleias…este suporta a quimera da minha teia…é meu…é meu…o caderno é meu…ninguém lhe pode tocar…lembra me de bons velhos tempos passados na metrópole…serve para extrapolarem aquilo que conseguirem…estratos de busca-pólos em atracções de fragrâncias…que partem em pole position para as minhas memórias…Nem Interpol me disseca…mnemónica de interessados na Terra em radical posição...olhando a livremente…não são muitos…troca de fluídos cranianos…leio mentes como cartas com sabor a cardamomo…mente me…chama me Prof. Xavier…destapa me a careca…Oh réptil porque é que tu e o teu cérebro não se escondem atrás duma pedra…fica o repto…não tenho tempo mas tenho respiração na poesia dos meus neurónios…de novo a mesma canção…obsessão-compulsão…outra vez a compressão-rarefacção…rara é a minha praga que já foi dom…estou farto de ler caras e corpos rigor mortis…pelo medo do desconhecido…medo do medo do medo do medo…o quanto eu não te desejo…acho isto tudo muito estranho…entranha-se a ressonância no meu cálcio...o meu calcanhar de Aquiles…o problema…o problema foram as Helenas…que me deixaram descalço…não lhes tenho desdém…mas destrói-as…remove-as do teu balão…Troika me isso por miúdos, pés de galinha e sangue não coagulado…vou fazer uma cabidela…quero ouvir tocar os anéis da madeira do Carvalho…as cores da Cerejeira…o cheiro do Pinho e o sabor do rosmaninho…meu filho…meio mundo…meio mudo…fruta da terra das almas perdidas…perdigueiros treinados para farejar maus karmas não me largam…Yin Yang…o peão vai girar até ao seu equilíbrio…tenho brio de ser animal…mas racional...hu-ma-no…uva envenenada de profano…trinquei – te uma vez…e quero te saborear de novo…não se matou a galinha mas teve de se quebrar o ovo…para se nascer…»

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