A tristeza não espera

A tristeza não espera
 
E a paz pensamos
poder alcançar
se não houver de todos
um mútuo comprometimento
apenas restará estendido
no labor dos dias o egoísmo 
a crueldade tecida então 
em brados insanos 
cuidadosamente embrulhados
na réstia de esperança
exposta a este tempo inclemente
que porém ainda se aventura
clamando exausto no tempo
sustentado nas profecias
amnestiadas na esperança que perdura
 
Senta-te aqui
do meu lado
do mesmo lado em que
fabricámos o amor e
bebâmos um travo longo de paz
depois e já sem mais temores 
nem lágrimas estilhaçadas
nos chão regado de noites
e alvoradas felizes
deixemos nossas raízes
gerar uma vida inteira 
que atenta e sem mais
tristezas deslumbrada nos espera.
FC
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