A tristeza que me consome

A tristeza que me consome

A tristeza que me consome

Vem de dentro, bem fundo

Dói como se fosse a própria fome

Que nos alheia e cega-nos do mundo

 

Irrita-me estar assim possesso

Desfasado de mim próprio

Ansiando o fino sono, onde esqueço

Onde por fim, encontro o meu próprio ópio

 

E nos sete planos mortais

Onde a fortuna precede a pobreza

Procuro-me a mim entre os demais

Despojado de tudo, exceto da tristeza

 

Ela que teima em não vacilar

E nunca por nada recuar

Castiga-me a cada respirar

Fazendo-me suspirar, transpirar

 

A tristeza é a maldição

Que escurece a minha visão

Que torna menor o pensamento

E condiciona cada meu movimento

 

Mas fui eu que a chamei

E nisso sem dúvida pequei

Pois tão depressa ela chegou

E o meu mundo logo parou

 

E nem adianta gritar ou chorar

Ou aliviar-me a praguejar

Resta-me apenas esperar

Para algo de bom me encontrar

E para longe a tristeza soprar

 

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