A tua porta...

A tua porta

Despojos do dia…
Cacos da libertação,
Bacilos de uma outra corrente plasmática,
Recalcam-se os introspectivos,
Graduam-se os pobres de espírito.

O porquê de quereres o mundo?
A mim chega-me a árvore cristalizada,
Aquela que nos viu cerrar dentes,
Desnudar sentidos…
Aveludar palavras.

Candeias às ruas maiores,
As que me desvendam as costas à noite,
No alvorar de um natal desinspirado,
Um baluarte de carinhos minados
Sob prisões mentais ao amanhecer.

E aquela tua porta com cadilhos,
Que te vela de castelos muralhados,
É claustro teu, que foste ferida.
Tagarelo canções de embalar à tua porta,
Deixa-ma aberta esta noite…

Pedro Martinez

Género: