Tudo arde sobre a pele
Tudo arde sobre a pele
O rito das emoções começa Onde e Quando
o soberbo vazio faz nascer no espaço-tempo
o glorioso,
o impávido Amor.
Soletro o fogo no alfabeto de mim,
caí o ténue véu que envolve a loucura
decotada dos meus seios,
a nudez paira nos teus olhos soltos
no presente momento.
Pérolas de chuva fustigam os corpos,
pele fervente e exsudada combatem
longos duelos de Amor,
quebram –se os princípios entre a espuma que desce
e a chama que sobe.
Tocar-te na suavidade dos teus lábios ,
silenciar-te as silabas dentinas,
confiscar a tua língua
num beijo quente e húmido,
lambear o teu rosto e percorrer com fúria
a tua sinuosa pele macia,
beber o desejo de desejo com a sua gramática selvagem,
morrer nos teus braços e na incandescência das emoções.
Procuro fogo dentro de fogo no teu corpo-vulcão
onde inunda a lava do Amor.
Sei a fundura que desejas e
em linguagem do prazer tenho-te
nas extremidades ilícitas e
com um sopro dos meus dedos
levo até mim o teu ramo mais íntimo.
Repito-me e repetes-me em movimentos e gemidos
a acústica palavra AMO-TE em silente verbo AMAR.
Gila Moreira 04/10/2013