Unânimidade

Solta-se aqui
 
uma pétala de rosa
 
solitária
 
como se soltam nos ventos
 
sedosas brisas num tempo
 
onde compartilhamos
 
promessas
 
existências e fragrâncias
 
reflectidas na sonoridade
 
do horizonte que foge
 
em silêncios  coesos
 
enrroscados  a cada gentil perdão
 
que por ti cismado em
 
prantos se  pressa
 
 
–  Soltam-se além
 
nossas pulsações tranquilas
 
irradiando no dia
 
os alívios serenos
 
confundindo até a maresia
 
onde banhamos com amor
 
cada expressão feliz
 
num momento único de louvor
 
 
– Virão aqui
 
ler nos meus olhos
 
teus versos sorrateiramente
 
descritos e emocionados
 
onde a noite bordada de estrelas
 
se apressa a dormir
 
algemada ao luar vasto
 
engolindo cada encanto
 
que te oferto
 
cada eco suspirado
 
que a ti todo eu me apresso
 
quando quero
 
 
–   Estarão mais além
 
cada certeza de minha
 
linguagem aguerrida
 
provando gomos de sinfonias
 
comovidas
 
transpondo universos alarmados
 
na beleza ensurdecedora
 
debruçada em  cada madrugada
 
 
–   Haverá tanta solidez arquitectada
 
em cada resto do dia
 
como se faz tanto amor
 
em cada brandura silenciada
 
na maciês dos teus beijos
 
que me deixam
 
às vezes
 
cismado, vagando remoto
 
procurando antídotos
 
pra não morrer mesmo ali
 
à beirinha do desgosto
 
 
–   Andarei na ferocidade
 
do tempo até completar
 
esta vertiginosa aventura
 
que surra meu corpo
 
de ais inconstantes
 
de desamparos deleitados
 
ante tuas texturas empolgadas
 
pela mais fina espessura
 
onde o sal escalda e forja
 
a areia que nos cobre
 
e rega de poesia toda a longanimidade
 
onde jaz tua formosura
 
que reservas perfumada
 
em cada esquina onde mora
 
a euforia imersa em expressões
 
de deslumbramento e unânimidade
 
FC
Género: