Vítimas do acaso

Fomos vítimas de um acaso 
Que se tornou o melhor acaso da sina
Que marcou horas e lugar certo
Para que os sonhos virassem platina mórbida e gélida
Saudade sádica que perdura
Se do acaso não fôssemos vítimas
Talvez fossemos chuva e caissemos aos pés uma da outra,
Como quem cai na ternura
E num abraço findassemos a procura
Que dum acaso nasceu e ainda dura.
A distância que nos afasta, nos desvasta, 

Não há calma que nos basta qara quebrar o silêncio
Enquanto a vida se arrasta e nos desfaz por dentro
Enquanto a vida nos arrasta por um ceu cinzento
Que caia o veu se não é verdade o que sinto
E minto se o nego
dizer que a sina é o reflexo
das coisas sem nexo que juntas fazíamos
O espelho prepelexo com tudo o que sentíamos
Das horas que passavam enquantos nos perdiamos
As regras que quebramos enquanto descobriamos
que ha amores que falam e amores que arrepiam,
Amores que embalam amores que guiam
amores que te fazem perder os sentidos
  E quando não os perdes carece de sentido.

E nem o sol sabe o destino.
Traz um copo de vinho
Encontramo-nos pelo caminho e brindamos ao que fomos
o que restou dos nossos sonhos
Daremos um beijo de despedida e esqueceremos o que somos
ou que estavamos para ser porque acabou-se o tempo
Não houve tempo de dizer
que ainda havia tempo para ser o que a sina destinou
Porque o que o tempo atrasou,
a alma não afastou.
E nesso meio tempo já nada nos restou
Como se tivessemos sido vitimas de um acaso que a sina nunca juntou.

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