Vampiras órfãs pelo destino

Irmã da eternidade catastrófica, homicidas os irmãos de vosso sangue. Usas a malévola dissimulação para sugar as diretrizes da ordem moral, como um draconiano soldado em eras sombrias. Impressiono-me com tua trama de arrastar os homens ao centro da luxúria; agarras a indolência como se olho de tornado ventasse. Feito quadro expressionista, bebes de todo viço verrinoso, e vomitas na tela a verdade. Vossas garras na boca sucumbem sempre o desejo animal, mas tristeza sentes, pois, findaremos como demônios depressivos.

A plenitude de um eterno dia não existe, minha pequena. Nas eras invernais destroçamos os lobos; lembro-me de outrora como se hoje fora. O banquete dos ossos da fera escorrendo no estômago das vísceras de vós. Nos tempos escolásticos banhamos no medo que sentiam, junto a cruz forçada em nossas testas; em tempos modernos somos livres para saciarmos os desejos baixos e soberbos. Diria que congelamos qualquer verossimilhança de bondade algum dia. Infelizmente, acabará, tintaremos nossas páginas em dor e prazer no compêndio da raça humana. Não chores, menina, aguardai a jovem mais impura que se deitou no berço da terra. O céu espera por ti. Não tens culpas por nascer destilada de normalidade. Quando o fim chegar, nadaremos no mar de sangue, no deleite perfeito das vampiras sombrosas.

 

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