Velando o silêncio

Um límpido silêncio envolve o manto
Da noite ocultando a solidão que polui
Cada amordaçado gomo de luz em reclusão
 
Em delírios a lua povoa a saltimbanca treva
Que irrompe no tempo acrobático num exilio quase
Insustentável, cruento, ecoando aos solavancos
 
Apascento agora o rebanho das minhas ilusões tão
Servis balindo lunática e gentil como genial frapê
Servido num beijo refrescante e marginal
 
Em falência a madrugada morre encostada ao palanque
Dos odores matinais que despertam devoradores e excepcionais
Impenitente hora acomodada neste silêncio tão intencional
 
Arquivo minhas memórias perante aquele pelotão de
Saudades fuzilando um verso inerte e banal latindo
Num êxtase substantivo…engenhosamente magistral
 
Deixo intactas as lembranças de um tempo ido
Fecundo e lírico momento para cada emoção tão crente
Onde desperto de uma amnésia ocasional e irreverente
 
FC
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