Velas de Mar Quente

VELAS DE MAR QUENTE

Trago comigo o silêncio, comigo mora o passado
Nubladas de angústia no pensamento, cerrado Impérvio anunciado!
Um místico sofrer fadado de censura, só em penitência permanente.

Lembranças fugazes parcas de ternura mitigam as esperanças que persistem
No mar de razões mal-amadas, corroído por tempestades que ainda existem
No espaço sideral deste tormento, vivo a nudez das palavras assombradas
Véu tenebroso que perpétua na história alada de metáforas amordaçadas
Por ruelas escondidas, cenários sombrios de portas cerradas, becos e arcadas
Fragmentos de memórias, dos teus olhos em sentimento
Lágrimas caídas, estarrecidas no chão da noite escura
Por entre pedras e ruínas, rolam vencidas ao sabor do vento
Momento inteiro, instante único no adeus da desventura.

Volteio no leito estreito onde me deito, melancólico triste e fatigado
Medito na imagem retida, das lágrimas dos teus olhos
Adormeço num sono profundo, que se agita perfumado
Salto no imaginário, pulando numa orbe de estrelas e de astros
De velas ao vento navego solitário, por entre a caligem da saudade
Minha alma presa em flor fia a dor na ponta alta desses mastros
Emérito de júbilo coração de amor, na voz que por ti chama e por ti luta
Por intrínseca vontade de outro valor, num frémito vibrante de ansiedade
Encontra a inocência absoluta do instante, dessa tua dor que em mim perscruta.

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Comentários

Boa noite José,

 

Perdoe-me o atrevimento do Poema dedicado , mas le entrou no mar de meus sentimentos e me trouxe velas ao mar de ondas agitadas , dolosas e dolorosas ...

Me trazendo essa saudades ....

Amei teu poema que descreve tão bem esse velejar ...

Parabéns ....

 

 ATT Arlete

Cara Arlete, velejamos na vida umas vezes em mar agitado outras em mares suaves, umas vezes acompanhados, outras sós e como bons marinheiros temos que ter referências, serenidade e discerrnimento para traçar rumos e velejar. 

Por vezes, é preciso saber perder para ganhar, é preciso perseguir os sonhos e nãos os deixar viver sozinhos, é preciso partir e iniciar uma demanda por novos rumos e horizontes, navegando com o vento da saudade, vendo em cada estrela um rosto amigo e no astrolábio da memória o sorriso de quem gostamos preso na nossa boca.

O tempo, esse é que não para, viajamos com ele, segurando o leme por entre as marés da vida, construindo uma personagem melhor ou pior, moldada pelas diversas experiencias que nos fazem crescer, rir, chorar, gritar, emergindo a dor e o grito de revolta, por aqueles que partem antes e deveriam partir depois.

Por vezes a nau desce ao inferno, velejando nas agruras desse mar tenebroso, respirando o calor abrasador dos próprios erros que fustiga o cabo do inferno. Aos poucos dobramos o cabo e colocamos da forma que melhor sabemos fazer (poema), a aspiral de sentimentos que norteou essa viagem processada por velas de adeus, mas...velas de mar quente.

Obrigado por ter gostado e um beijo para você.

 

Boa Tarde José,

 

Não conseguir conter o riso feliz com tua resposta !!

Um outro poema!!! Ouso dizer para mim ...rsrsr!!!

Realmente você é muito talentoso ! Que privilégio o meu receber tal resposta!

Uma vez mais Obrigada , também amei tua reposta! 

Ès um cavalheiro !! Tudo de bom para ti!

 

                     Att Arlete

Arlete, você mulher bonita e sensível, certamente já foi e será, alvo de poemas ( musa que inspire a feitura de alguns dos meus poemas). Em resposta ao seu comentário, eu procurei explicar de forma extensa o porquê da razão do poema “Velas de Mar Quente”  a sua correlação com algumas situações similares que o mesmo despertou em si. E possivelmente pela extensão da resposta, esta, acabou por sair com algum enquadramento poético. Um beijo para si.

A vida é um velejar
as vezes estamos em altas ondas,
mas conseguimos contornar. belo poema, escreves muito bem Deus abençoe tão grande talento.

CC. Obrigado pelo elogio de palavras quentes, proferidas por ti.

Bjs

 

Passo aqui só pra dizer:

PARABÉNS!

Abraços!

Não és a garota de Ipanema «sempre que passa o mundo se enche de graça», mas és a poetisa das palavras doces, bem airosa e gostosa no seu belo versejar.

Bjs