VELHA MORTALHA

Mar velho feito em mortalha
Que na fria carne rasgada
Embalsamas todas as dores.
 
Entre os murmúrios tristes
Voz escura na calada garganta
Nas tramas obscuras da queda.
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Ondas serenas de maremotos
Nos carinhos remotos em fúria
Lágrimas tuas em gritos roucos.
 
Tormentas tolas numa ambrósia
Vagos espaços nas lentes perdidas
Os arcanjos cantam proclamam amor.
 
 
Pobres vidas perdidas nos enigmas
Velha mortalha feita no profundo mar
Entre os portões de ferro nos sonhos.
 
Transladam o delírio no fim risonho
Velho mar que embalsamas a mortalha
Dos erros das tristezas em murmúrios.
 
Voz calada nas tramas obscuras da vida.

 

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