Vestíbulo da solidão
Autor: Frederico De Castro on Saturday, 19 September 2015
Regresso hoje
esquecido pela nostalgia do tempo
onde as longínquas partículas
de solidão
se atraem em ânsias tão
caudalosas em excitação
E quando acordar
acendam-me teus gloriosos
lampejos de felicidade
onde deixei navegar de saudade
um cardume de beijos
assobiando cada ditongo doloroso
sitiado neste vestíbulo de solidão
dormitando cúmplice
em cada tentação
sublime, única
prostrada em trajes felizes
quando te esboço e revivo
colmatando de vez
esta tão vasta solidão
Faz-me a noite companheira
de nós
sonhando e degustando-nos
até morrer esfomeado por ti
Agora nada mais importa
senão
um sorriso que não mais se ausente
uma saudade que encurte
todas as distâncias, sem mais solicitação
uma vontade de chegar e abrir
teus ficheiros de amor em plena
conflagração
fechar de vez aquele e-mail
onde encriptámos
nossas solidões enderaçadas
deliciosamente em conspiração
à vida que tanto exaltamos
hoje…amanhã e sempre
sem mais capitulação
FC
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