VIAJANTE

Sou mera viajante

Nessa estrada que me vai adiante
Tropeçando muitas vezes
Ora nos sonhos, cativeiro da felicidade
Ora na realidade, cega, torpe, meliante

 

Sou mera viajante
Neste teu olhar distante
Onde outrora corrompi o que vivi
No deleite a ternura que senti
Ah! Se deixei de existir, pobre de mim...

 

Sou mera viajante
Mulher, amiga, amante
E na miscigenação, o que restou de mim?
O que ficou de ti?
Antes do sim, depois do não, talvez o fim

 

Sim, sou viajante, mera viajante
Repousando à sombra deste teu semblante
Página primeira de ilusões perdidas
Uma gota à mais de emoções sentidas
Alma de um poema senil, sutil, agonizante.

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