VOZ DO MEU ESTRIBILHO, MELODIA DA MINHA CANÇÃO

Passei árido pelas vielas maquiadas dos guetos
Desfilei sequioso pela avenida das conveniências
Transmutei-me em laboratório dos mais lascivos e incongruentes sentimentos 
Vislumbrando preencher a lacuna irresignada da solidão.
 
Vaguei como ermitão num insípido deserto de carne
Singrei todas as águas sobremodo turbulentas
Sob a densidade da nebulosa bruma
Como se apenas fora um ávido estafeta do amor.
 
Rasguei todas as mais complexas partituras 
Por não achar o compasso definitivo da tua canção
A minha gueixa e o seu quimono de seda
A flor de lótus do meu alagado coração.
 
A bordo da gôndola da poesia
Colhi o rosa púrpuro da tua joia
Na vívida magia das tuas curvas
Que há muito ansiavam pela visita do seu guardião.
 
Os sais e os ais da minha dama amiúde me fartaram
Dançarina de todos os sons 
Voz magnânima dos meus mais pródigos tons
Estribilho da minha definitiva composição
Meu colo manhoso
Melodia indefectível da minha canção.
 
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